Fundamentos, Karate, Kata, Kumite, Shotokan, Técnicas

Tem dificuldade em algo? É isso que você deveria treinar mais!

Olá, pessoal!

Em tudo na vida sempre tem alguma coisa que nos parece mais fácil de aprender e outras que sentimos maiores dificuldades. No Karate não seria diferente.

É normal sentir uma aptidão por certas coisas e parecer estar amarrado para outras. Às vezes dar um Mae Geri para uns é muito simples, mas às vezes, para outros, é como tentar pilotar um carro de olhos fechados subindo a serra e na chuva.

Se eu sou melhor em algumas coisas e não tão boa em outras, eu deveria focar só no que sou boa? Vem com a gente discutir um pouco sobre isso!

No princípio tudo é difícil

Quando se entra no Karate (ou em qualquer outra coisa) tudo sempre é difícil, ou pelo menos não tão fácil. Temos que muitas vezes reaprender a utilizar nossos corpos e fazer movimentos que até então não eram nada naturais.

Mas mesmo sendo iniciante em tudo, sempre há algo que você consegue dominar mais fácil e naturalmente você tem mais coordenação de um lado do corpo e, desta forma, os movimentos ali se mostram mais seguros e exatos. Concordam?

Neste momento não temos tanto medo de experimentar, afinal, estamos começando tudo do zero.

O problema está quando ao se encontrar a barreira da dificuldade, dizer logo que não consegue fazer aquele movimento e treiná-lo de forma “meia boca“, só porque o sensei mandou mesmo, focando somente nos movimentos que você se sente mais seguro. Desta forma, você nunca vai evoluir.

O difícil com o tempo vira fácil

A questão é que quanto mais você pratica algo, mesmo que seja o seu lado menos dominante ou até mesmo uma técnica que você a princípio simplesmente não consegue fazer, mais fácil ela ficará.

Lembrem-se do momento de Shu. É necessário tentar copiar tal qual a técnica é passada para que seu corpo se adapte, para que sua mente se adapte, para que você se adapte. As vezes um movimento ou outro só demora um pouquinho mais.

Se sou bom numa coisa, porque não deixá-la excelente?

Blog da Oyama Terça da Oyama

Gente, não estou dizendo que você não deva treinar o que você é bom para ficar ainda melhor, o problema está em treinar somente aquilo em que você é bom. A diversidade de técnicas é imprescindível para você ser um Karateca completo.

Você pode e deve treinar o que você é melhor, mas você também tem que dedicar tempo e esforço real nas coisas que tem dificuldade, sem desistir delas.

Com o tempo você perceberá o que de fato melhor se adapta a você, seu tipo de corpo, suas aptidões e obviamente criará estratégias, principalmente em casos de competições (Kumite e Kata), nas quais você focará nos seus pontos fortes. Mas saber seus pontos fracos e tentar fortalecê-los só vai lhes ajudar.

A importância de treinar além das coisas que já sei e que são fáceis para mim

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Imagine que você seja excelente em gyaku zuki e você vai a uma competição. Nesta competição você encontra alguém que consegue anular seu gyaku zuki, seja atrapalhando seu tempo ou seu maai e aí o que você vai fazer?

Ou em uma situação de defesa pessoal na qual você tenha, por exemplo, quebrado a mão que você costuma usar para socar o gyaku zuki? E agora?

Nunca confie em uma técnica só.

Tente sempre melhorar como um todo.

Tenha a mente Shoshin e não tenha medo de sentir dificuldades para aprender uma nova técnica.

Recentemente nós da Oyama fomos a um curso de Kumite de alto rendimento e esta foi uma das teclas que o sensei Raphael Veras, técnico da seleção Jamaicana mais bateu. Tentar fazer o movimento, mesmo que me pareça difícil, sem medo de parecer um bobo sem conseguir fazer a técnica.

A dica que fica então é sair da mesmice e tentar sempre as coisas que parecem difíceis e melhorar nelas.

E ai, vamos treinar?!

Osu!

 

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