Olá, pessoal!
Mais uma semana, mais uma postagem!
Hoje vamos falar um pouco sobre os três pilares do treino de Karate: Kata, Kihon e Kumite! Vem conhecer mais um pouco!
Provavelmente você deve ter uma noção de como é um treino de Karate, ou talvez não. Talvez você já tenha visto algum treino de luta, outra luta, que não o Karate, em alguma academia, ou talvez você tenha praticado alguma.
Ou ainda mais possível: Você assistiu Karate Kid.
Desculpem, não estou falando deste Kung Fu Karate Kid:
E sim deste:
Bom, é interessante que, de fato, por muito tempo o treino de Karate pode até ter sido do jeito que é passado no filme, mas não é mais a realidade de hoje. E a única coisa que os dois filmes tem em comum com o treino de Karate atual é a repetição.
Em qualquer arte marcial, ou melhor, em qualquer conhecimento humano, você consegue maestria a partir da repetição de tal coisa inúmeras vezes. Quanto mais você faz, melhor fica. Ou pior, se vocês estiver repetindo a coisa errada.
Já pensou que maravilhoso ser igual aos Cavaleiros do Zodíaco que viam uma vez só o golpe e pimba! Nunca mais levavam, pois já tinham aprendido a se defender ou desviar? Mas até eles treinaram bastante lá na fundação kiddo e nas ilhas, né? Parei, ou vamos entregar a idade da autora das postagens do blog.
O Treino de Karate
Bom, mas voltando ao treino.
Como falamos, a chave é a repetição e há diversas maneiras de você treinar com a metodologia de repetir algo. No Karate, nosso objeto de estudo do Blog da Oyama Academy, o treino está divido em três formas de repetição e prática, os pilares do Karate: Kihon, Kata e Kumite.
Não se pode pensar em treinar Karate sem pensar neste três níveis.
Você pode até ter mais afinidade com um ou com outro, mas quando se treina Karate de verdade, você compreende a importância dos três e como são indispensáveis uns aos outros.
Essa divisão é exclusiva do Karate, outras artes marciais japonesas e também de outras origens também dividem seus treinos nestes três módulos/fundamentos.
Certo, Sensei, mas o que são?
Kihon (基本 ou きほん)
O termo Kihon literalmente significa fundamentos, básicos. E é exatamente isto que ele é. É o treino mais fundamental, no sentindo de compreender uma técnica. O Kihon pode ser parado, em pé, em uma só base, andando, fazendo um único movimento de ataque ou defesa ou uma sequência curto dos mesmos.
No Kihon se objetiva compreender e treinar aquele movimento, base, ou pequena sequência de maneira mais efetiva, para torná-la natural ao praticante.
Porém, não é por ser “fundamentos” ou “básicos” que apenas iniciantes devem fazê-lo, ou apenas movimentos simples podem ser praticados. Todos os Karatecas de todos os níveis devem praticá-lo, pois é nele que você vai conseguir o máximo da técnica ou fundamento. E como diz no Niju Kun, o Karate é uma água morna, se você para de aquecer, ela esfria, então até o que você pensa que domina (e você nunca domina, aí é que está a beleza de tentar sempre se aperfeiçoar. É ter essa noção.), se você não praticá-la, com o tempo ela vai ficar mais lenta, mais fraca, menos eficiente.
O que se busca aprender e aperfeiçoar no treinamento de Kihon:
- Forma: Equilíbrio e estabilidade. Todas as bases e posturas devem e podem ser cada vez mais aperfeiçoadas. É essencial para qualquer Karateca (e qualquer praticante de qualquer arte que seja) ser capaz de se mover de maneira deliberada, tendo noção do centro de gravidade, assim sem perder o equilíbrio).
- Força e velocidade. Aqui entra o conceito de Kime, que vamos estudar mais depois. Mas é nessa prática repetida e controlada que podemos alcançar ao máximo em cada técnica essa força e velocidade.
- Contração e relaxamento muscular. Infere também no Kime. Saber quando estar relaxado e quando estar contraído para conseguir extrair o máximo das técnicas.
- Fortalecimento dos músculos. Considere uma forma de musculação. Nesta repetição você vai criar coordenação, força e resistência muscular.
- Ritmo e coordenação.
- Utilização dos quadris. Agora uma frase que vocês ainda vão ler muito por aqui: O segredo Karate está nos quadris. A coordenação entre pernas, braços, quadris, punhos e pés, tudo está ligado para conseguir transferir o máximo de Kime (por hora imagine que é a “força” do Karate) ao movimento.
- Respiração. Saber coordenar movimentos vigorosos, contração e relaxamento muscular e a respiração é essencial. O primeiro passo nesse aprendizado é justamente o treinamento de Kihon.
Alguns exemplos de Kihon:
Andando – https://www.youtube.com/watch?v=60bADIHR0VM
Parado – https://www.youtube.com/watch?v=Y5TgTC5Kacw
Kata (型 ou 形)
Kata significa literalmente “forma”. Originalmente era a principal maneira de treinar Karate, como nos conta Funakoshi em seus livros.
O Kata nada mais é que uma sequência de movimentos, defesas e ataques pré-estabelecidas, que vão em todas as direções, com diversos tempos e diversas formas de movimentação, retiradas de situações reais de luta já vividas (pelos seus criadores ou mestres ou até conhecidos, quem sabe?) e que se agrupavam devido às idéias em comum entre tais movimentos.
Por exemplo, poderia se objetivar lutar com uma pessoa que estivesse usando um bastão (Jitte), então as técnicas usadas para esse objetivo foram juntadas em um só Kata, ou então lutar com oponentes enquanto estivesse de costas para um precipício ou uma parede (Tekki Shodan).
Daí a importância de que não se troque ou modifique os movimentos durante o treinamento dos Kata, pois são sequências que visam internalizar no praticante e tornar praticamente um reflexo o movimento mais eficiente e que dá certo naquela situação. O objetivo é treinar, em cada Kata, um conjunto específico de técnicas. Se você quer treinar outra situação, é só treinar outro Kata.
O treino de Kata envolve não só a repetição da sequência, como também o estudo de sua aplicação, o chamado Bunkai. E aqui podemos refletir também que, mesmo que o treinamento da técnica deva ser exata, na prática ela pode se adaptar, seja ela por conta da altura do atacante, da distância, da velocidade. Aqui tudo se adapta, como o próprio Niju Kun fala, no treino é na forma correta, na prática, é outra coisa.
É também no Kata o momento em que mais você poderá por todo o Kime e velocidade, tendo estabelecido os fundamentos no Kihon e sem ter medo de machucar seu colega de treino, aqui você pode liberar o máximo possível de velocidade, força e Kime.
Mais alguns exemplos de Kata:
Gojushiho Dai – https://www.youtube.com/watch?v=vYIg5tXK_3c
Unsu – https://www.youtube.com/watch?v=DYOi3Od2pSM
Kumite (組手)
Traduzindo literalmente, Kumite quer dizer “encontro de mãos” e não necessariamente combate ou luta. Porém, é isto que ele é. É a parte do treino que é praticada com oponentes.
Por muito tempo o Kumite não foi uma prática utilizada nos dojos, Funakoshi era um dos que mais advertia contra a sua prática, principalmente na modalidade “livre” com verdadeiro contato, pois ele acreditava que era algo muito arriscado.
De fato, se você compreender que o Karate foi criado e deve ser treinado com a mentalidade de um golpe, uma morte [Ikken hissatsu ( 一拳必殺 ou 一见必杀)], seria perigoso aplicar essa mentalidade contra um oponente com contato real.
Hoje em dia ele está no menu de todo Karateca, e infelizmente é o que mais possui destaque em várias academias. O Kumite por si só não é karate, se você não tem conhecimento das técnicas (kihon) nem das situações (kata), como você vai poder aplicá-las em alguém para se defender (kumite)?
Há três tipos de Kumite: jyu kumite, ou combate livre (mas com controle e regras, não vale, por exemplo, dedo no olho, mas no Karate vale e há técnicas e kata que treinam isso); shiai kumite, combate de competição, semi-livre, com controle extremo dos golpes; e yakusoku kumite, combate combinado.
Yakusoku Kumite seriam os treinos para aprender o máximo possível sobre distância e efetividade das técnicas em diferentes situações.
Exemplos de kumite:
Jyu Kumite – https://www.youtube.com/watch?v=9NICLQaT9u8 (no estilo kyukushin, o shiai kumite, luta de competição deles é jyu kumite)
– https://www.youtube.com/watch?v=1QKR0epBwok (é uma invenção nova. Competição de Jyu Kumite, todos os estilos)
Shiai Kumite – https://www.youtube.com/watch?v=CX-I7DCzoAY
Yakusoku Kumite – https://www.youtube.com/watch?v=COH5q4UMf7A
Karate: a soma dos três pilares.
Como você deve ter percebido, o treino de cada um puxa o outro e não necessariamente são treinos isolados. Não tem como você praticar e compreender o Karate em toda sua vastidão (ou tentar, né?) se você não o visualizar por todas as suas modalidades didáticas.
É isso aí, pessoal!
Eu sei que há vários conceitos a serem aprofundados na postagem de hoje, não se preocupem, as postagens virão! Falaremos mais sobre cada um dos pilares individualmente, pois há muuuuuuuita coisa a ser falada, e sobre os conceitos inerentes ao Karate como Ikken Hissatsu, Kime e o uso do quadril, dentre vários outros.
Ficou curioso com alguma coisa? Fala pra gente! Quem sabe a próxima postagem não é sobre isso?
Até a próxima!
Osu!
Fontes:
Karate-Do Kyohan – O Texto Mestre. (FUNAKOSHI, Gichin.)
O Melhor do Karate – Vol. 2 – Fundamentos. (M. Nakayama)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kihon (visitado em 04/06/2018)
https://en.wikipedia.org/wiki/Kihon (visitado em 04/06/2018)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kata_(artes_marciais) (visitado em 04/06/2018)
https://en.wikipedia.org/wiki/Kata (visitado em 04/06/2018)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kumite (visitado em 05/06/2018)
https://en.wikipedia.org/wiki/Kumite (visitado em 05/06/2018)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ikken_hissatsu (visitado em 05/06/2018)
Oyama Academy 
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