Karate Do

Oi, pessoal!

É oficial, nossa primeira postagem no Blog da Oyama! Para tanto, nada mais justo do que trazer para vocês um pequeno resumo do que é o Karate, onde ele surgiu, seus objetivos, etc. Não se preocupem, o tema não vai ser esgotado aqui, Karate é por demais diversificado para isso. Podem contar com mais posts aprofundando os conhecimentos e conceitos. E se vocês tiverem qualquer pergunta ou sugestão, estamos sempre prontos a ouví-los!

Vamos lá então!

Uma Breve História

O ser humano em toda a sua história sempre tentou criar meios de se defender sendo através dos punhos ou criando armas, e foi daí que surgiram as artes marciais como um todo, uma tentativa de aprender a se defender ou, em alguns casos, atacar.

O KarateDo como conhecemos hoje, com treinos de Kata, Kihon, Kumite, sistemas de faixas, graduações, competições, suas formas de treino, suas didáticas, dentre outras coisas, é relativamente recente, datado mais ou menos entre a primeira e a segunda guerra mundial. A origem do Karate, no entanto, é milenar e, embora não tenhamos material que dê uma certeza de datas e nomes, pois muito se perdeu nos longos anos que demoraram para chegar até aqui, sabemos que sua origem remonta aos monges budistas indianos e chineses que criaram sistemas para treinar seus corpos em busca da resistência que precisavam para os longos períodos de meditação.

Esta arte dos monges tomou as formas do Karate quando chegaram a ilha de Okinawa, que ao longo dos anos mudou diversas vezes de domínio entre japoneses e chineses, fundindo esta arte à que já era praticada na ilha.

Okinawa

Em uma dessas mudanças de regentes, na segunda vez que os chineses clamaram maior influência sobre o território, a arte do Karate foi refinada, pois o novo rei, temendo revoltas, proibiu o uso de armas, o que forçou que a arte já praticada nas ilhas, evoluísse para uma arte de “mãos vazias” (dai o nome defendido depois por Ginshin Funakoshi, sobre quem prometo que falaremos mais em outro post.). O Karate então, passou a ser uma arte desarmada para uma população que poderia ter que se defender de espadas e toda uma gama de armas portadas pelos representantes do governo.

Apesar da circunstância de gravitar em torno da influência sino-japonesa, sucedeu na história de Oquinaua, entre 1322 e 1429, um período denominado de Sanzan-jidai (三山時代, período dos três montes) quando que se debateram os três reinos de Hokuzan (北山, Monte Setentrional), Chuzan (中山, Monte Central) e Nanzan (南山, Monte Meridional) pelo controle da região. Tal período acabou com a unificação sob a bandeira do reino de Ryukyu e sob o comando de Chuzan, que era o mais forte economicamente, inaugurando a primeira dinastia Sho: Sho Hashi. Nessa época, influência chinesa consolidou-se como a preponderante das duas e isso se refletiu na estrutura administrativa do reino e noutros aspectos culturais.^[14]

Entrementes, após a unificação e no fito de conter eventuais sentimentos de revolta, el-Rei Sho Hashi promulgou um édito que tornou proibido o porte de quaisquer armas por parte da população civil. Este facto é considerado o marco principal do processo evolutivo que veio a culminar no caratê, posto que já existisse em Oquinaua uma arte marcial própria, a medida régia impôs um ritmo diferente, pelo que, devido à necessidade de as pessoas terem uma forma de defesa e em razão da proibição real, aquelas técnicas foram-se aperfeiçoando.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carat%C3%AA (visitado em 08/04/2018 às 15:48)

Até por ser uma arte que se desenvolveu para defesa contra um governo que dominava a ilha, os seus treinos eram secretos, seus mestres não anunciavam que sabiam a arte e tomavam como alunos alunos apenas quem escolhiam e confiavam. Este é um dos motivos pelos quais temos pouco ou quase nenhum material escrito da época.

Mesmo após o término da proibição das armas e do próprio Karate, a tradição manteve a arte como algo secreto, treinada durante a noite e sempre sem muito alarde, foi apenas depois de Gichin Funakoshi e seu esforço para divulgar a arte, no início do século XX,  em 1921, quando conseguiu fazer uma apresentação para o príncipe herdeiro do império, em Okinawa, que a arte começou a ganhar o mundo. Este fato rendeu ao Mestre Funakoshi o título de “pai doarate moderno“.

Sobre o nome

Antes de Funakoshi mesclar e infundir ao Karate os conceitos filosóficos do budismo, o Karate era apenas um “jutsu” uma arte de luta. E, embora a pronúncia fosse a mesma em japonês, KaraTe significada, “mãos chinesas”. Isso se devia a sua origem dos monges chineses e também ao fato que culturalmente, acreditava-se que as coisas de origem chinesa eram de qualidade.

Reconhecendo, no entanto, que a arte já não era mais aquela introduzida pelos monges, que já se caracterizava como algo nitidamente da ilha, uma arte única, e, como já dito, introduzindo os conceitos do budismo, Funakoshi modificou os Kanji (escrita japonesa) e Kara de “chinesa” virou, “vazio”, tornando-a assim, ainda com a mesma pronúncia, contudo com um significado completamente diferente: Karate, “mãos vazias”. A isto ele acrescentou a partícula “do”, “caminho”. O Karate Jutsu, “a arte  das mãos chinesas” então virou Karate Do “O caminho das mãos vazias”.

Você pode ler mais sobre isso e o processo que levou Funakoshi para esta modificação nas publicações do próprio Funakoshi:

Karate Do,  Meu Modo de Vida. FUNAKOSHI, Gichin.

https://www.estantevirtual.com.br/livros/gichin-funakoshi/karate-do-o-meu-modo-de-vida/2174032956

Até logo!

Osu!